A Comissão Europeia está a alertar os cidadãos europeus para a necessidade de armazenar alimentos suficientes para serem autossuficientes durante pelo menos 72 horas em caso de crise. Esta recomendação faz parte do rascunho da Estratégia de Preparação da União, que visa melhorar a resposta da Europa a potenciais ameaças, desde conflitos militares e ataques cibernéticos até desastres naturais e crises sanitárias.
O documento destaca que os primeiros momentos de uma crise são os mais críticos e que a Europa não pode continuar a reagir apenas depois que os problemas surgem. Por isso, a estratégia propõe medidas para fortalecer a resiliência da União Europeia (UE), incluindo o armazenamento de suprimentos essenciais, planeamento para situações de emergência e proteção de infraestruturas críticas.
1. Preparação para ataques cibernéticos
Uma das principais preocupações do plano é a crescente ameaça dos ataques cibernéticos. Desde o início da guerra na Ucrânia, a Europa tem assistido a um aumento das investidas digitais contra infraestruturas críticas, como redes de energia. Países como Rússia, Bielo-Rússia, China, Irão e Coreia do Norte são frequentemente apontados como responsáveis por ataques cibernéticos direccionados a governos, empresas e instituições-chave da UE.
Para combater esta ameaça, a Comissão Europeia propõe a criação de um sistema europeu de alerta de cibersegurança para melhorar a detecção de ameaças e a resposta coordenada. Também se pretende promover a cooperação entre o setor público e privado para reforçar a segurança digital.
Os cidadãos devem ser parte desta resposta. Em primeiro lugar porque muitos deles têm posições-chave não apenas em instituições europeias ou nos governos e administrações públicas e empresas críticas da União mas porque são eles quem, ao fim ao cabo, são o verdadeiro alvo destas operações patrocinadas por Estados contra o nosso continente.
Conselhos CpC para utilizadores de computadores e internet :
Dado o crescente número de ataques cibernéticos, os cidadãos devem integrar activamente esta resposta europeia e adoptar medidas de proteção no dia a dia:
1. Evite reutilizar a mesma senha em várias contas e prefira gestores de senhas para as armazenar em segurança.
2. Active a autenticação em dois factores (2FA) sempre que esta opção estiver disponível. Esta camada extra de segurança impede acessos não autorizados mesmo que a password seja comprometida (existem bases de dados de credenciais à venda na Dark Web por algumas centenas de euros.
3. Mantenha todos os seus dispositivos sempre actualizados: Sistemas operativos, navegadores e todo o software que utiliza devem estar sempre na versão mais recente para evitar vulnerabilidades exploráveis.
4. Evitar links e anexos suspeitos enviados por SMS, Email, WhatsApp ou por outras redes sociais: Os cibercriminosos frequentemente usam e-mails de phishing para enganar utilizadores e roubar informações pessoais.
5. Guarde cópias dos seus arquivos mais importantes em dispositivos externos ou na nuvem para evitar perdas em caso de ataques como ransomware.
6. Evite ligar-se a redes públicas sem VPN e proteja a sua rede doméstica com uma password e encriptação fortes.
7. Invista num antivírus comercial: Uma solução de segurança robusta pode ajudar a detectar e bloquear ameaças antes que causem danos.
Preparação para desastres:
Além das ameaças digitais e conflitos, a Comissão Europeia reforça a necessidade de preparar-se para desastres naturais, como cheias e incêndios florestais, que têm se tornado mais frequentes devido às mudanças climáticas. A estratégia propõe um plano de armazenamento de recursos essenciais, incluindo medicamentos, água e equipamentos energéticos.
Kit de Emergência que todos devem ter em casa:
Ter um kit de emergência em casa é essencial para garantir a segurança e o bem-estar da família em caso de crise. Eis os itens básicos que devem estar incluídos:
Água potável: Pelo menos 3 litros por pessoa por dia, suficiente para 72 horas.
Alimentos não perecíveis: Conservas, barras energéticas, frutos secos, bolachas e outros alimentos de longa duração.
Medicamentos e primeiros socorros: Stock de medicamentos essenciais, pensos rápidos, desinfetante, analgésicos, termómetro e qualquer medicamento específico para membros da família.
Lanterna e pilhas extras: Em caso de falha de energia, uma lanterna é essencial. Prefira modelos a dínamo ou solares.
Rádio portátil (preferencialmente a pilhas ou manivela): Para acompanhar informações de emergência se as redes móveis falharem.
Carregadores portáteis (power bank): Para manter o telemóvel carregado em caso de falha de eletricidade.
Painéis Solares Portáteis: Para alimentar os power banks em caso de falha prolongada da rede de energia eléctrica.
Roupas e cobertores térmicos: Para manter o corpo aquecido em situações de frio extremo.
Produtos de higiene pessoal: Tais como papel higiénico, toalhitas húmidas, sabão, escova e pasta de dentes.
Dinheiro em espécie: Em caso de falha dos sistemas electrónicos de pagamento, ter algum dinheiro físico pode ser essencial.
Cópias de documentos importantes: Passaporte, cartão de cidadão, apólices de seguro, receitas médicas e contactos de emergência.
Máscaras e álcool gel: Para proteção contra contaminações em situações de crise sanitária.
Ferramentas básicas e fósforos/isqueiro: Uma navalha multifuncional, fita adesiva, corda e isqueiros podem ser úteis em várias situações.
Conclusão
A Europa enfrenta uma série de desafios, desde conflitos geopolíticos até catástrofes naturais. A nova estratégia de preparação visa garantir que cidadãos, empresas e governos estejam melhor equipados para lidar com essas crises. No entanto, a segurança começa no nível individual, e pequenas ações, como proteger os nossos dados online, manter provisões essenciais e preparar um kit de emergência, podem ser cruciais em momentos de crise.

Deixe uma resposta para Falha das comunicações móveis após apagão de 28 de abril: Pedido de esclarecimento e medidas de prevenção – Iniciativa CpC: Cidadãos pela Cibersegurança Cancelar resposta