A Iniciativa CpC: Cidadãos pela Cibersegurança tem vindo a desenvolver um conjunto de propostas destinadas a fortalecer a cibersegurança em Portugal. Com o objetivo de enriquecer os programas eleitorais dos partidos políticos para as próximas eleições legislativas, apresentamos as seguintes recomendações, organizadas por categoria e área:
1. Legislação e Regulamentação
Regulamentação do Uso de Spyware por Entidades Estatais: Estabelecer normas claras para o uso de software de vigilância, garantindo a proteção da privacidade e dos direitos humanos.
Transposição da Diretiva NIS2: Implementar a Diretiva NIS2 da União Europeia, visando melhorar a segurança das redes e sistemas de informação no país.
Oposição ao ChatControl: Rejeitar a implementação de sistemas de monitorização automática de comunicações digitais que comprometam a privacidade dos cidadãos.
Proibição do Pagamento de Resgates de Ransomware: Implementar legislação que proíba o pagamento de resgates em casos de ransomware, desincentivando a prática criminosa e reduzindo a sua rentabilidade.
Imposição de Padrões de Cibersegurança aos Fornecedores do Estado: Estabelecer requisitos mínimos de cibersegurança para empresas que fornecem serviços ou produtos ao Estado, garantindo a integridade e segurança dos sistemas públicos.
2. Segurança em Infraestruturas Críticas
Atualização do Sistema CITIUS: Reforçar a segurança do sistema utilizado nos tribunais portugueses para proteger dados sensíveis e assegurar a eficiência do sistema judicial.
Fortalecimento da Segurança em Infraestruturas Críticas: Implementar diretrizes específicas para aumentar a proteção em setores como energia, saúde e telecomunicações.
Modernização do Sistema SIGRE: Atualizar o Sistema de Informação de Gestão do Recenseamento Eleitoral (SIGRE) para garantir a integridade e segurança dos processos eleitorais.
Melhoria da Resiliência do Site do IPMA: Fortalecer a infraestrutura digital do Instituto Português do Mar e da Atmosfera para assegurar a disponibilidade de informações críticas em situações de emergência.
Reforço da Segurança no Sistema do INEM: Atualizar e proteger os sistemas do Instituto Nacional de Emergência Médica para evitar falhas que possam comprometer o atendimento em situações de emergência.
Proteção dos Serviços do Estado contra Ransomware: Implementar medidas preventivas e reativas para proteger os serviços públicos contra ataques de ransomware, garantindo a continuidade dos serviços essenciais.
3. Educação e Conscientização
Campanhas contra Phishing e Engenharia Social: Promover iniciativas educativas para alertar o público sobre ataques de phishing e outras técnicas de manipulação.
Cibersegurança nas Escolas: Integrar conteúdos de cibersegurança no currículo escolar e oferecer formações em universidades séniores.
Treinamentos para Pequenas e Médias Empresas (PMEs): Disponibilizar programas gratuitos de capacitação em cibersegurança para PMEs.
Campanhas contra Notícias Falsas: Desenvolver iniciativas para ajudar os cidadãos a identificar e evitar a disseminação de fake news e informações manipuladas.
Promoção da Autenticação Multifator: Incentivar o uso de métodos de autenticação robustos e senhas seguras entre os utilizadores e em todos os sistemas usados pelo Estado.
Informação sobre Fraudes com Criptomoedas: Alertar os cidadãos sobre os perigos e fraudes relacionados ao uso de criptomoedas.
Reforço da Segurança nos ATMs da rede SUBS: Implementar autenticação multifator nas caixas eletrónicas para prevenir fraudes e aumentar a segurança das transações.
Combate à Fuga de Informação no CITIUS: Adotar medidas para prevenir exfiltração de informações no sistema judicial, garantindo a confidencialidade dos processos.
4. Resposta a Incidentes e Apoio às Vítimas
Plataforma de Denúncia de Ciberataques: Criar um sistema para facilitar denúncias de incidentes cibernéticos e oferecer suporte às vítimas.
Centros Descentralizados de Resposta a Incidentes: Estabelecer unidades regionais para apoiar e responder a incidentes de cibersegurança.
Programa Nacional de Recompensa por Identificação de Vulnerabilidades: Implementar um programa que recompense investigadores que identifiquem vulnerabilidades em serviços de TI do Estado e das autarquias locais, incentivando a colaboração na melhoria da segurança digital.
5. Regulação e Supervisão
Regulamentação de Empresas de Tecnologia: Implementar supervisão rigorosa sobre as práticas de grandes empresas tecnológicas para garantir a segurança dos dados dos utilizadores.
Auditorias Regulares em Novas Empresas: Realizar avaliações periódicas focadas em práticas de segurança digital em startups e novas empresas.
Padrões de Cibersegurança para Fornecedores do Estado: Impor requisitos de segurança cibernética às empresas que prestam serviços ao governo, assegurando a proteção dos dados e sistemas públicos.
6. Investigação e Desenvolvimento
Incentivos para a Investigação em Cibersegurança: Criar linhas de financiamento para projetos inovadores na área da cibersegurança, promovendo a investigação e o desenvolvimento de soluções avançadas.
Apoio a Startups de Cibersegurança: Facilitar o crescimento de startups portuguesas no setor da cibersegurança através de incentivos fiscais e programas de aceleração.
Criação de um Laboratório Nacional de Testes de Segurança Digital: Estabelecer uma infraestrutura nacional dedicada a testar e certificar a segurança de software e hardware usados por entidades públicas e privadas.
Parcerias entre Universidades e Empresas Tecnológicas: Estimular colaborações para desenvolver soluções de cibersegurança aplicáveis ao setor público e privado.
Monitorização de Riscos e Ameaças Digitais: Criar um centro de análise e resposta rápida para monitorizar ciberameaças e desenvolver estratégias de mitigação eficazes.
Conclusão
A cibersegurança é uma questão crucial para o futuro de Portugal, afetando áreas como a segurança nacional, a economia digital e os direitos dos cidadãos. As propostas aqui apresentadas visam contribuir para um debate informado e para a inclusão de medidas concretas nos programas eleitorais dos partidos políticos.
Estamos disponíveis para discutir estas propostas com a vossa equipa e colaborar na definição de políticas públicas que tornem Portugal um país mais seguro no mundo digital.
Aguardamos o vosso feedback e esperamos que estas iniciativas possam ser integradas nas vossas estratégias para o futuro do país.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Martins
pela CpC: Cidadãos pela Cibersegurança
https://cidadaospelaciberseguranca.com
Propostas em maior detalhe em:
https://cidadaospelaciberseguranca.com/category/propostas/

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