Não há dúvida de que a DeepSeek AI tem causado um grande impacto no mercado com o lançamento do modelo R1, que rivaliza com os melhores modelos de raciocínio da OpenAI. No entanto, há preocupações legítimas de que, por ter origem na China, este modelo possa estar sujeito a restrições ao abordar temas sensíveis ao governo chinês.

Para entender melhor o nível de controle sobre as respostas da DeepSeek, a empresa de engenharia e avaliação de IA PromptFoo realizou um teste abrangente. Criou um conjunto de 1156 perguntas sobre tópicos considerados sensíveis na China, incluindo movimentos de independência em Taiwan e no Tibete, alegações de abusos contra a população uigur muçulmana, protestos recentes em Hong Kong, os acontecimentos da Praça Tiananmen em 1989, entre outros. Algumas dessas perguntas foram geradas sinteticamente a partir de sugestões humanas iniciais.

Após submeter essas questões à DeepSeek R1, a PromptFoo constatou que 85% das respostas eram recusas padronizadas, repetitivas e alinhadas com a narrativa do governo chinês. Em muitos casos, em vez de fornecer uma análise independente, a IA apresentava mensagens reforçando a posição oficial da China, como: “Qualquer ação que comprometa a soberania nacional e a integridade territorial será firmemente rejeitada por todo o povo chinês e inevitavelmente fracassará.”

Recomendações CpC para utilizadores do DeepSeek:
1. Esteja ciente das limitações: Se estiver a usar a DeepSeek AI para pesquisas ou discussões sobre temas políticos, especialmente relacionados à China, tenha em mente que as respostas podem ser censuradas ou adulteradas.
2. Cruze SEMPRE as informações obtidas contra sites alternativos: Para obter uma visão mais equilibrada, compare as respostas da DeepSeek com as de outros modelos de IA, como os da OpenAI, Google Gemini, Claude ou Anthropic.
3. Use fontes confiáveis: Se estiver à procura de informações factuais sobre temas sensíveis, consulte fontes jornalísticas e académicas reconhecidas em vez de depender exclusivamente de IA seja ela a DeepSeek ou outra.
4. Evite confiar cegamente nas respostas: Como qualquer modelo de IA é essencial questionar e validar as informações apresentadas antes de aceitá-las como verdades absolutas.

Uma resposta a “As perguntas que o governo chinês não quer que a DeepSeek AI responda: Alguns conselhos e recomendações”

  1. Avatar de Alemanha quer remover app de IA chinesa DeepSeek por suspeitas de violar privacidade – Iniciativa CpC: Cidadãos pela Cibersegurança

    […] O caso alemão surge depois de, em Itália, a autoridade da concorrência ter aberto uma investigação à DeepSeek por preocupações com “alucinações” dos seus modelos de IA e tratamento de dados pessoais.Recomendações da CpC:1. Evite partilhar dados sensíveis: Não introduza dados pessoais identificáveis, como nome completo, morada, número de contribuinte, informações bancárias, dados de saúde ou documentos oficiais. Tudo o que escreve pode ser armazenado e analisado nos servidores da empresa.2. Verifique a origem e jurisdição: A DeepSeek é uma empresa chinesa, e os seus servidores estão localizados na China — uma jurisdição que não oferece garantias de proteção de dados comparáveis ao Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia. Os seus dados podem ser acedidos pelas autoridades chinesas. Parta do princípio de que tudo o que perguntar pode ser lido por terceiros.3. Reconsidere o uso da aplicação até haver esclarecimentos: Dado o risco identificado pelas autoridades alemãs e italianas, é prudente evitar o uso da aplicação até que a situação legal e técnica esteja esclarecida e validada por uma autoridade independente. Se possível, remova temporariamente a app do seu dispositivo.4. Apague o seu histórico de interações: Se já usou a DeepSeek, aceda à sua conta e apague o histórico de conversações e quaisquer dados armazenados. Verifique também se existe opção de eliminação total da conta e dos dados pessoais associados.5. Revogue permissões e limpe dados armazenados: No seu telemóvel ou navegador, retire permissões como acesso ao microfone, localização, contactos e armazenamento. Limpe cookies e dados guardados no navegador, caso tenha usado a versão web da aplicação.6. Prefira alternativas com garantias europeias: Sempre que possível, opte por usar modelos de inteligência artificial desenvolvidos por empresas sediadas em países com níveis de proteção de dados compatíveis com o RGPD. Há alternativas como ChatGPT, Claude, Mistral ou Aleph Alpha com políticas de privacidade mais transparentes.7. Apoie a ação das autoridades de proteção de dadosA ação da Comissária para a Proteção de Dados da Alemanha tem fundamentos legais sólidos. Pode reforçar esta posição contactando a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) em Portugal, alertando para os riscos da utilização da DeepSeek no contexto europeu.Ler também:https://cidadaospelaciberseguranca.com/2025/02/09/riscos-ao-usar-o-deepseek-e-medidas-de-precaucao/https://cidadaospelaciberseguranca.com/2025/01/31/as-perguntas-que-o-governo-chines-nao-quer-que-a-d… […]

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