Os Países Baixos enfrentam uma nova onda de ataques de negação de serviço distribuída (DDoS), que têm como alvo sites governamentais, serviços públicos e infraestruturas críticas, numa altura em que o país se prepara para receber a próxima cimeira da NATO em Haia. Estes ataques foram reivindicados pelo grupo hacktivista pró-Rússia NoName057.
Segundo a unidade de investigação da Check Point Software Technologies, estes incidentes não são casos isolados, mas integram uma campanha mais ampla de guerra híbrida promovida por grupos alinhados com interesses do Kremlin. O objetivo principal é abalar a confiança da população e enfraquecer a união entre os países membros da NATO.
No Relatório de Segurança 2025, a Check Point menciona coligações como a Holy League, que reúne mais de 60 grupos hacktivistas e cibercriminosos, incluindo NoName057(16), KillNet e UserSec. Estas alianças têm promovido ataques a instituições ocidentais, órgãos de comunicação social e eventos internacionais, como as cimeiras da NATO. Mais do que simples vandalismo digital, estas ações fazem parte de uma agenda política clara, procurando influenciar processos democráticos, criar divisões internas e desacreditar instituições governamentais e multilaterais.
A cimeira da NATO em Haia está, assim, sob uma ameaça digital crescente. As autoridades holandesas estão a reforçar as medidas de cibersegurança e a preparar-se para responder rapidamente a eventuais campanhas de desinformação, segundo a emissora pública NOS. O coordenador nacional para contraterrorismo e segurança admitiu que estas ameaças já eram esperadas.
A Check Point observa que, em 2024, as campanhas de desinformação tornaram-se mais sofisticadas, recorrendo a inteligência artificial e modelos de linguagem avançados. Ferramentas como vídeos falsificados, bots e campanhas automatizadas em redes sociais têm sido utilizadas para manipular a opinião pública e polarizar sociedades democráticas, numa estratégia semelhante à observada em 2023, no caso da Moldávia.
Apesar da atenção mediática, os Países Baixos registam um volume semanal de ciberataques por organização (1.072) abaixo da média global (mais de 1.400). Contudo, os alvos no país tendem a ser de maior valor estratégico. Entre os malwares mais comuns destacam-se o FakeUpdates, AgentTesla e Formbook, normalmente distribuídos por e-mail.

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