Há muitas discussões sobre se os telemóveis nos “ouvem” para direccionar anúncios ou outros conteúdos. Embora não haja provas concretas de que as Apps móveis façam isso de forma generalizada, há algumas formas de testar essa hipótese. Aqui vão algumas sugestões da CpC para que faça, você próprio, essa avaliação:
1. Desligue os microfones de outros dispositivos: Certifique-se de que não há outros dispositivos com microfones ativos ao redor (p.ex. smart speakers como a Alexa).
2. Escolha um tema específico: Pense num assunto pelo qual nunca pesquisou nem mencionou perto do telemóvel (ex.: um destino de férias incomum ou um produto específico).
3. Fale sobre o tema intencionalmente: Durante alguns dias, fale em voz alta sobre esse tema perto do telemóvel, mas sem realizar buscas na internet nem mencioná-lo por texto.
4. Observe os anúncios: Veja se começam a aparecer anúncios relacionados ao tema nas redes sociais, navegadores ou aplicações móveis com anúncios.
Como se pode proteger:
1. Verifique as permissões das aplicações do seu telemóvel:
Configurações de permissões: No telemóvel, aceda às configurações de privacidade e veja quais as aplicações que têm permissões para aceder ao microfone.
Revogue permissões: Retire o acesso ao microfone de aplicações que não precisam dele para funcionar.
Teste novamente: Veja se as mudanças alteram os tipos de anúncios que aparecem.
2. Use apps ou ferramentas de monitorização:
Existem ferramentas que monitorizam o uso do microfone por aplicações. Exemplos:
No iPhone: Se uma luz laranja aparecer na parte superior do écran, significa que o microfone está activo.
No Android: Aceda a Settings:Segurança e Privacidade:Gestor de Autorizações:Microfone e remova todas as aplicações que não devem ter este acesso.
3. Use navegadores e configurações que respeitem a privacidade (como o modo incógnito ou navegadores focados em privacidade, como o DuckDuckGo).Notas Finais:
1. Alguns utilizadores alegam que apps como Facebook ou Instagram escutam conversas. Pode testar apenas falando sobre um assunto específico enquanto utiliza estas redes.
2. Mesmo que não estejam a “ouvir”, os algoritmos de publicidade já são extremamente avançados. Podem basear-se no histórico de pesquisas, localização ou hábitos de navegação para prever interesses. Há também casos analisada pela CpC em que uma fotografia de uma série de autocolantes de Pokemon levou à aparição de uma sucessão de anúncios a produtos relacionados no File Manager de um telemóvel Xiami: neste caso a aplicação da Xiaomi parecia capaz de fazer OCR das fotografias guardadas na galeria desse dispositivo: https://cidadaospelaciberseguranca.com/2024/07/31/queixa-no-cnpd-ic-contra-a-temu-pdd-holdings-resposta-da-cndp-queixem-se-a-temu-resposta-da-temu-qual-e-a-queixa/

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