A partilha de passwords entre adolescentes é uma prática comum, mas levanta várias questões relacionadas com a privacidade, segurança e confiança:

Contexto:
Um estudo de 2021 indicava que metade dos adolescentes partilhava passwords e pins de telemóvel. Outros dão valores mais baixos mas a subir desde 2011.
9.6% dizia aceder a telefones de amigos e parceiros sem consentimento para “brincadeiras” ou “partidas”.
Suportavam a partilha na base da confiança e amizade.
Partilham mais com amigos do que com familiares.
Alguns adolescentes são obrigados a dar as passwords aos pais como sinal de confiança e isso pode estar a criar a percepção de que quem confia nos amigos também deve ceder-lhes as passwords.
Todos os estudos indicam que as raparigas são mais propensas a partilhar passwords que os rapazes.
Frequentemente o ciberbullies têm uma relação anterior com a vítima.

Motivações:

  1. Confiança e intimidade: Muitos adolescentes veem a partilha de passwords como um sinal de confiança, especialmente em relações de amizade ou namoro.
  2. Pressão social: Em alguns casos, há pressão de pares ou parceiros para partilhar passwords, sob a ideia de que isso é prova lealdade ou amor. A integração grupal é essencial nestas idades.
  3. É Prático: Partilhar contas em plataformas de streaming, jogos ou redes sociais pode ser uma forma de poupar dinheiro ou facilitar o acesso.

Riscos:

  1. Violação da privacidade: Quem tem acesso às passwords pode aceder às mensagens, informações pessoais e até mesmo a dados financeiros.
  2. Manipulação e controlo: Em relações abusivas, o acesso às contas pode ser usado como forma de controlar ou monitorizar o outro.
  3. Exposição a terceiros: Caso a password seja partilhada com várias pessoas ou armazenada de forma insegura, há risco de acesso por pessoas não autorizadas.
  4. Consequências legais ou sociais: Comentários ou acções feitas em contas alheias podem ter implicações sérias, como cyberbullying, fraudes ou até danos à reputação.
  5. Ao dar acesso a uma plataforma dá-se acesso a mais já que muitas passwords são partilhadas com outras aplicações o que resulta em acessos inesperados.
  6. As relações não são realidades estáticas! Os amigos e namorados de ontem são os inimigos de amanhã.

Como lidar com este problema?

  1. Educação: Ensinar aos adolescentes a importância da privacidade online e os riscos de partilhar informações sensíveis ainda que num contexto de privacidade mitigada dos tempos actuais.
  2. Fortalecer a confiança sem partilhar passwords: Encorajar relações baseadas na confiança mútua sem necessidade de invadir a privacidade do outro. Definir fronteiras e limites.
  3. Configurações de segurança: Mostrar a importância de passwords fortes e o uso de autenticação de 2 factores para proteger as contas.
  4. Comunicação aberta: Pais e professores podem falar sobre o tema de forma aberta, sem julgamento, para que os adolescentes compreendam os perigos decorrentes desta prática.

A partilha de passwords reflecte tanto questões tecnológicas quanto emocionais. É essencial ajudar os adolescentes a encontrar formas saudáveis de construir relações de confiança sem comprometer a sua segurança no ciberespaço.

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“A cibersegurança é a arte de proteger a informação digital sem restringir a inovação.”
— Satya Nadella