Hackers associados ao governo chinês conseguiram infiltrar-se profundamente na infraestrutura de telecomunicações dos Estados Unidos de formas que a administração do Presidente Joe Biden ainda não reconheceu publicamente, de acordo com novos relatórios do Washington Post e do New York Times. Estes hackers foram capazes de escutar chamadas telefónicas e ler mensagens de texto, explorando alegadamente o sistema que as autoridades norte-americanas utilizam para realizar escutas legais em casos criminais.

O mais alarmante? As redes continuam comprometidas, e medidas extremamente drásticas poderão ser necessárias para os remover dos sistemas dos EUA. Os hackers responsáveis por esta invasão são conhecidos pelas agências de inteligência ocidentais como Salt Typhoon. Este ataque específico à infraestrutura de telecomunicações foi inicialmente reportado no início de outubro pelo Wall Street Journal.

O senador Mark Warner, democrata da Virgínia, falou ao Washington Post e ao New York Times esta semana para alertar o público sobre a gravidade da situação, classificando-a como “o pior ataque a telecomunicações da história do nosso país”. Os artigos com base nos avisos de Warner foram publicados na quinta-feira à noite.

Segundo o New York Times, os hackers não conseguiram monitorizar ou interceptar comunicações encriptadas, o que significa que conversas através de aplicações como Signal e iMessage da Apple provavelmente permaneceram seguras. No entanto, mensagens de texto entre dispositivos Apple e Android, por exemplo, que não utilizam a mesma encriptação de ponta a ponta, estavam vulneráveis à interceptação pelo grupo Salt Typhoon.

Os detalhes sobre como os hackers conseguiram penetrar tão profundamente nos sistemas norte-americanos ainda são escassos, mas parece estar relacionado com os métodos que as autoridades dos EUA utilizam para realizar escutas autorizadas por tribunal no país.